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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pouso da Cajaíba - (18 a 20 de setembro de 2009) - Experiências


O pouso da Cajaíba (por Jean Carlos)

“Integrar”, pelo dicionário, “Tornar inteiro, completar”. Bem, posso dizer que os dias 18, 19 e 20 de setembro mostraram algo diferente, aliás, complementar a uma definição tão simplista desse verbo. A proposta de integração do Projeto Mandala trouxe, em Pouso da Cajaíba, uma nova forma de se pensar as relações hierárquicas e, principalmente, a questão da aparência.
A insistente cantoria (a qual já se deveria esperar), seguida de brincadeiras infantis, além de, para os mais calmos e introspectivos, as emblemáticas caricaturas da sociedade francesa em Bicicletas de Belleville. Assim foram as algumas horas de ônibus que se seguiram até chegarmos próximos do Pouso e então termos que seguir de barco ao nosso destino. Cada um coloca, então, sua própria bagagem nos barcos e, logo depois, seguimos nós mesmos de barco.
Chegamos ao Pouso da Cajaíba à noite e tivemos que armar nossas barracas nós mesmos. Para alguns muitos ficou a pergunta: “Mas como? Nunca nem amarrei meu tênis sozinho antes!”. Parece engraçado, mas digamos ser esta afirmação muito similar à realidade. Bem, era hora ou de aprender por meio de tentativas indeterminadas ou de pedir ajuda.
Muito bem, a ajuda pareceu mais confortável e menos trabalhosa, acredito. E a partir daí, deu-se uma maior interação entre pessoas que talvez nunca tenham se falado numa escola em que estudam, no máximo, 232 alunos de ensino médio. Sim, talvez nas dificuldades sejam percebidas as verdadeiras amizades. Clichê, mas é valido o pensamento. Pensemos também por outro lado: Caso você não peça ajuda, não vai conseguir dormir numa barraca hoje à noite. Bem, juntemos um pouco dos dois pensamentos (colocando cada um deles à medida que preferirmos) e sigamos à próxima etapa.
Barracas prontas, seguiu a maioria para a praia. Fui para a água depois que quase todos já haviam voltado para o acampamento. Não sei se foi apenas por a água estar calma (devido a menos pessoas estarem nela), ou se por sorte, mas pude ver um outro céu. Sim, pude vê-lo e tocá-lo. O plâncton brilhava na água, como as estrelas brilham no céu. Tive a impressão de nadar nas estrelas. E a fogueira na areia só deixava o momento cada vez mais inesquecível.
Dormimos. Acordamos. Fizemos Tai Chi Chuan com o professor Guto. Professor Guto?! Soa tão ruim falar dessa forma o nome dele... Sim, pois ele é simplesmente o Guto. Não deixando de lado sua profissão e seu papel de responsável naquele acampamento, mas é que tanto ele, quanto o Gregorio (Greg), a Andrea, o Thyago, o Baiano (Moyses – descobri isso há pouco tempo), o Vitor e, até mesmo, a PROFESSORA Marina conseguem seu respeito diante dos alunos não por meio de imposições dos seus cargos, mas sim pela amizade, confiança e segurança que passam a todos.
“Uma nova forma de se pensar as relações hierárquicas...” – Prefiro dizer agora: Uma forma de se entender uma amizade que, de vezes, necessita de ser hierárquica.
Depois de concentramos nossa energia para os joelhos com o Tai Chi, fomos à trilha. E que trilha! Sol à beça, subidas indefinidamente grandes, descidas escorregadias e... mãos para ajudar. O espírito de grupo (novamente com clichês. É, eu sei.) foi um fator determinante à integração das pessoas. Trilha, praia, futebol e até sumo. Depois, voltamos ao nosso acampamento.
Enfim, chega a noite e começa nosso luau. Djavan, Seu Jorge, entre outros, foram também contribuintes à interação das pessoas... A fogueira trazia um brilho especial à noite, e Seu Zé não nos deixava desanimar com seus monólogos surreais!
E o que mais se ouvia entre as pessoas, além de comentários sobre a fragrância peculiar que rolava pela praia, era que realmente não se esperava que tal pessoa fosse tão legal ou tão diferente do que se imaginava, e aí que se podia perceber o quanto a opinião se baseia na aparência e que esta, como se sabe, compõe os alicerces de indefinidos estigmas sociais como preconceitos, estereótipos, entre outros.
Enfim, podemos dizer que não foi apenas a Cajaíba que pousou, descansou e novamente levantou para seguir seu rumo. Nós também. Chegamos, sentimos a natureza, descansamos (do sentido realmente cansativo da palavra), conhecemo-nos (a nós todos e a nós mesmos) e seguimos novamente nosso destino.
Cajaíba foi realmente uma experiência que mostrou o quão importantes são as atividades inovadoras que a Escola Politécnica propõe aos seus alunos, de forma que os mesmos, além de criar um senso crítico nas salas de aula, possam ter contato com a natureza, com as atividades físicas e possam interagir em diferentes ambientes com as pessoas com quem convivem , pelo menos, 9 horas de seus dias, mudando, muitas vezes, conceitos acerca das mesmas. Que muitas viagens como essa possam ser realizadas pelos alunos da Poli e que estes aproveitem como em Cajaíba pudemos aproveitar a diversão e a reflexão do lugar.





Fotografia (Leoni/Leo Jaime) - (por Gabriela Faluzino)

Hoje o mar faz onda feito criança

Hoje o mar faz onda feito criança

Nessas horas dorme longe a lembrança

De ser feliz

Quando a tarde toma a gente nos braços

Sopra um vento que dissolve o cansaço

É o avesso do esforço que eu faço

Pra ser feliz 

O que vai ficar na fotografia


São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos


O sol passando sobre os amigos

Histórias, bebidas, sorrisos

E afeto em frente ao mar.

Quando as sombras vão ficando compridas


Enchendo a casa de silêncio e preguiça

Nessas horas é que Deus deixa pistas


Pra eu ser feliz

E quando o dia não passar de um retrato


Colorindo de saudade o meu quarto


Só aí vou ter certeza de fato

Que eu fui feliz





Pra sempre Mandala (Música de Calazans)
            Funk adaptado da música dos Mc’s Junio e Leonardo( Pra sempre Mandala)

Pamparanranpampa   Pamparanranpampa
Pamparanranpampa
Pamparanranpampa
Pamparanranpampa

MAN-DA-LAA (2x)

Tudo que o Mandala me ensinou,
Tudo que acampando eu aprendi,
Vou levar comigo a onde eu for,
Vou na humildade, sentindo o verde, ser feliz

Mesmo com tantas dificuldades
Superando numa trilha os limites, eu consegui
Só quero cantar a felicidade,
Que é ver um amigo, te ajudando a construir


Integração com as pessoas de toda parte
Trabalho coletivo, união existe aqui
Vale perceber que sozinho somos nada,
Somos todo mundo e tudo é nosso, quando vemos o outro sorrir
Por isso...

Eu souMANDALA
Eu fui
E sempre serei Mandala (2x)

Sei que na vida a chapa é quente
Mico leão morre na floresta, prá virar retrato no dinheiro do patrão
Por isso o nosso papo é diferente
Compreender que se unir e trabalhar é o começo da transformação

Montar e desmontar as barracas [Com todos juntos]
Tai- Chi, concentração, aprender o que nas escola não aprendi
Andar no mato, cair na lama, estender a tanga
Mandala, vida verde, sensibilidade que se aprende a sentir

E são tantas as lembranças das viagens
Pena não ter tempo de falar todas aqui
Mas vai um abraço na humildade
Pra todos aqueles, que quando mais precisei
Falaram: Calazans, tamos aí!

Por isso eu vou..Pro Mandala
Eu fui..
E sempre serei Mandala..(2x)





(por Jorge)






Pousando em Cajaíba (por Eduardo Lima)

Tudo parecia frio e solidão, enquanto
Navegávamos na escuridão.
A ausência de luz parecia querer
Fazer surpresa do que iríamos ver.
No balanço das águas, na sonolência que se dava
O papo zueira rolava.

E terra à vista:
Latidos de cachorro era a pista.
É hora de desembarcar,
Quando o bote vinha para nos transportar.
À luz das lanternas ligadas
As barracas foram armadas.

Já era tarde da noite, a praia era o lugar
Da galera interagir: se banhar, alimentar ou conversar.
De pés descalços alguns iam, outros vinham,
O importante era que todos riam.
Noite mais que agradável, merecida e prazerosa,
Olhos ansiosos para ver os detalhes de Cajaíba maravilhosa. .

Ao deitar, ouvindo o som das águas
Era impossível pensar em mágoas
Toda uma semana agitada esquecida
Pela calma de lá estabelecida.
E pra fechar o dia com o estômago forrado.
O jeito foi fazer miojo compartilhado.

E o dia desponta
Quando uma barraca se desmonta.
É hora de se estar de pé,
Prontos para o café.
Pela luz solar
Tiro fotos do lugar.

Coisa difícil de se encontrar;
Os passos lentos que pude desfrutar.
O Tai-Chi me acalma
E faz jus à minha alma
A trilha bota medo e deixa a galera tensa,
Mas a vista lá de cima recompensa.

Com todos em comunhão,
É só descontração.
E pra estar bem ao luar
Tomo água de coco mirando o mar.
Volto pra bagunça de barraca.
Onde amigos fofocam do Chuboca.

A noite traz a escuridão trapaceira
Fazemos luar á luz da fogueira.
E de repente vem o cheiro
Do verdadeiro brigadeiro
Pra não deixar desanimar
Seu Zé Carlos tenta cantar.

Na manhã que se segue
A tristeza me persegue.
Pois a pouco vou embora,
Mas enquanto não chega esta desagradável hora...

Alguns dão saltos no ar,
Para caírem no mar.
E aos poucos barracas vão sumindo
É o tempo se consumindo.
Enquanto isso tem quem fique dopado.
Por se encher de “Dramim” no horário errado.

O barco já está a nos esperar
Pra hora de voltar.
Uma volta especial
Pela alegria geral.
E só quem viveu pode contar,

Memórias daquele lugar.