sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lumiar (30 de maio a 01 de junho 2008) - Experiências


Que se abram as janelas (por Mayara Veloso)
 
A convivência pode ser vista como uma janela. No início ela está fechada, e permanece assim por um tempo com medo de que uma pequena brecha que se abra já exponha bastante seu interior, um interior preservado até o momento que com a convivência surja também a confiança. Com o tempo a janela vai se abrindo e mostrando o que estava sendo guardado pela janela fechada. Depois de pés sujos de lama, banhos aventureiros em rios e noites frias dentro de uma barraca a convivência atinge seu auge. Neste momento a janela está aberta e não existe mais o receio de seu interior não parecer belo e interessante para o outro. A convivência permite conhecer o outro e aprender a aceitá-lo. Conversas e risadas, companheirismo e diversão, ônibus apertado e acampamento. Que a janela uma vez aberta, permaneça aberta e que o interior de todos uma vez exposto e aceito esteja sempre exposto e seja sempre aceito e que consigamos manter a harmoniosa convivência que aprendemos a estabelecer um com o outro, em um simples, porém significativo acampamento.






 Chuva no quintal (por Diego Inagio)

Quintal, corre
Córrego vai pelo quintal
Cheiro doce d água, se distância da paisagem
como a nevoa do nosso comum
 Traduz a vontade de ser,
Como as cores que fundem com a chuva.
Dias e noites passam com o fim distante.
Gesto é a formula da magia,
Segundos mostram na sua força de vida
A unidade da transformação.
E aos acasos nem acredito mais não.





(por Estéfani Mattos)

         Essa foto é muito significativa para mim, pois mostra o primeiro contato da turma com o acampamento. O ato de montar as barracas foi o nosso primeiro esforço de união e trabalho conjunto como, verdadeiramente, um grupo. Aqui os nossos laços de cooperação e responsabilidade com todos os integrantes do grupo se estreitaram, pois percebemos o quão importante para cada um a ajuda do outro era, já que seria impossível sobreviver num acampamento sem um espírito esportivo de amizade e solidariedade.
            Como mostra as foto, as condições as quais montávamos as barracas não eram as melhores: Chovia-se muito naquele momento e a temperatura era baixa. Mas ainda assim o grupo se mostrou pronto para agir para o bem comum de todos, se comprometendo em montar todas as barracas e não apenas a sua. Desta forma o trabalho foi agilizado e as dificuldades compartilhadas, facilitando o processo e  finalizando o mais rápido possível. O sucesso do trabalho coletivo foi incrível, todos nos satisfazemos e construímos o nosso abrigo e proteção contra o frio e a chuva. Agora todos tinham sua sobrevivência em parte garantida, a outra parte, todos, creio eu, perceberam que só seria garantida pelo resto da nossa estadia no camping através da cooperação e do agir em conjunto de todo o grupo. O sentimento prazeroso que sentimos ao montar as barracas é inexplicável, o frio ou a chuva já não importavam, pois a aventura tinha começado e sabíamos que tínhamos sempre um amigo do nosso lado para nos ajudar. 




(por Jéssica Di Chiara)

Parece uma página da minha vida, uma situação. Imagino-me no meio da ponte, sem escapatória. Ou eu pulo e caio, e deixo a correnteza me levar, sufocar, abafar, estraçalhar; ou eu paro e volto, derrotada por mim mesma. Ou eu sigo em frente, com medo – pode até ser! Mas sigo de cabeça erguida, tropeçando, aprendendo, sobrevivendo.
É só uma cena da minha vida.
Ela tem o peso do passado com um presente futuro inconstante. Um futuro amedrontador, mas que de repente não causa mais medo, porque confio em mim e nas poucas pessoas que faço questão que me acompanhem. Ou é um futuro amedrontador, porque acredito naquilo que imagino acreditar; faço disso a minha verdade, paro de enxergar.
É só uma página da minha vida, desfocada vida.







(por Lara Narciso) 

          Tentei buscar algum lugar que contrastando conosco, deixasse clara a integração que houve entre nós e a natureza. Parando pra pensar, isso não seria muito complicado, pois estávamos cercados por ela a todo o momento. Queria algo que pudesse passar, pelo menos um pouco, a sensação de estar envolvido pelas árvores, ouvindo o correr do rio. A sensação de estar longe dos engarrafamentos, do estresse e da overdose diária de gás carbônico. Acho que a proposta do acampamento era exatamente essa. Integrar-nos com um ambiente incomum. Sair da rotina de verdade. Se estou certa, o objetivo foi alcançado e sendo assim, espero que se repita muitas vezes ainda.






(por Luiza Travaloni)

O jogo da humanidade

 A natureza fora esquecida há muito tempo.
Foi trocada pela modernidade e comercializada mundo afora. Substituída pelo barulho das cidades foi-se fazendo um jogo de faz de conta. Faz-se de conta que não existe mais; faz-se de conta que não é necessária mais.
O homem nasceu nessa natureza, uma natureza primitiva. Como podem ainda assim ignorá-la?
O “primitiva” já foi cortado de sua definição desde o começo do faz de conta. A história vai se desenrolando, já não há mais enredo, o jogo não durará por muito tempo e, ao passo que está, ao fim do faz de conta será cortada também a “natureza” e junto consigo sua criação (auto) destruidora. Contraditório? É a humanidade. A consciência pesa; se não pesou, um dia pesará. Bom seria se pesasse neste momento, pedindo socorro, implorando por ar puro, águas limpas, árvores nas ruas... Quem sabe, assim, o faz de conta toma outro rumo. Quem sabe ele acaba, mas com um final mais racional e menos ambicioso, um final que retome nossa origem, a natureza; não primitiva, mas, pelo menos, humana.






Interior




Yin-Yang




(por Gerson Moraes)

          Eu bem que poderia escolher uma foto de um rio, uma foto de uma cachoeira, uma foto da pousada, uma foto apenas minha mas eu preferi escolher uma foto que reúna em suas dimensões o sentimento que ficou do tempo que passou.
        Nessa foto não vejo pessoas e sim heróis. Nessa foto não vejo pessoas vejo amigos. Nessa foto não vejo pessoas vejo a felicidade em cada rosto daqueles que acabaram de descer um rio juntos.
          União. Essa seria uma grande palavra a definir toda essa foto. União entre pessoas diferentes, mas que de sexta a domingo foram uma só em pró do melhor aproveitamento de dias fantásticos que não voltam jamais.

           Ao fundo uma bela paisagem que dá um toque especial a essa foto. Natureza essa que aceita o homem em perfeita harmonia e que nos faz querer voltar ao recanto visitado e maravilhado pelos olhos humanos.






(por Paula Lopes)

        O contato com a natureza me proporcionou paz, além de me fazer valorizar o que eu tenho (uma cama macia, água quente pra tomar banho...XD) e me aproximar mais dos meus amigos (afinal,é uma oportunidade para que sejamos amigos fora do colégio, e não tenhamos apenas aquele contato 'profissional'). 
        Escolhi esta foto porque me lembro de que quando vi a paisagem,  tive a sensação de liberdade e de que era capaz de fazer o que eu quisesse. Era algo muito bonito, natural, impossível de ser visto aqui na cidade. A gente que estava lá que sabe como foi o sentimento. Adrenalina,liberdade,parte da natureza,contato com os amigos e com pessoas diferentes,conhecimento maior natureza.






Música - Lumiamos (por Vitor Senna)

Contarei uma história pra vocês
De um grupo de jovens por volta de dezesseis
Que cansados da rotina e ansiosos por aventura
Decidem acampar em baixa temperatura

Amigos, colegas e camaradas
Tenho ainda a presença de minha amada
Todos reunidos e com diferentes estilos
Buscando a união e os mesmos objetivos

Entusiasmados, empolgados, querendo diversão
Pela noite arrumação, pela manhã reflexão
Barracas duras, irregulares, porém aconchegantes
Para poucos isso foi uma causa estressante

Durante a tarde, caminhada na mata
Comida boa, que coisa boa, e barata!
Lá pelas tantas fomos visitar a Sana
Bate-papo, sinuca, totó, coisa bacana

Dia seguinte, animados com o dia
Hoje vai ter Rafting, mas que alegria!
E de manhã, vamos refletir de novo
“Alguma vez já se sentiu parte de um todo?”

Chegando ao local, por muitos, esperado
Vemos os botes e aparatos já armados
E num tempo chuvoso, com a água cristalina
Todos remaram com muita adrenalina

Com gostinho de ‘quero mais’, voltamos pro acampamento
Arrumamos as barracas e o resto do mantimento
E alguns momentos ficarão pra história
Para sempre contemplados em nossa memória


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